quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Fiquei sabendo que o escritor Sidney Sheldon morreu alguns dias atrás. Fiquei triste. Os romances de Sidney Sheldon fizeram parte da minha adolescencia. Li muita coisa dele, e uma vez até o conheci pessoalmente, quando ele promoveu uma noite de autógrafos lá na Livro 7 do Recife. Levei alguns dos meus livros, que ele autografou com um sorriso nos lábios. Muito simpático, tanto ele quanto a esposa dele. Também adoro os seriados antigos Jeannie é um Genio, e Casal 20, ambos de autoria do Sidney.
Eu não tenho vergonha de dizer pra ninguém que lia Sidney Sheldon na minha adolescencia. Assim como não tenho vergonha de dizer que também já li Paulo Coelho. Li e gostei, então me processem, como dizem os americanos. Pra leitura eu nunca tive nenhum preconceito. Sempre fui aberta a toda e qualquer tipo de leitura.
Desde muito cedo, eu cresci amando os livros. Tinha uma epoca aí, quando eu era uma pessoa mais livre e com mais tempo sobrando, que me dessem até bula de remédio pra passar o tempo, todo leitura era válida.



Eu gosto de Sidney Sheldon e Milan Kundera. Gosto de Paulo Coelho e Vladimir Nobokov. Gosto de Michael Crichton e Eleanor H. Porter. Gosto de Carlos drummond de Andrade e J K Rowling. Acho um disperdício, e até ignorancia, torcer o nariz para um Autor, porque sua leitura não é considerada clássica, ou intelectual, ou aclamada pela crítica.
O meu gosto faço eu, e decido eu o que eu quero ler ou não. E o método usado é sempre o mesmo; pego o livro e leio, e se a leitura me agradar, leio até o fim. Se não, eu coloco o livro de lado e vou ao próximo.


Eu comecei a ler muito cedo, romances como Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcellos, e a coleção de crônicas Para Gostar de Ler (de 4 autores fenomenais Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos). Lembro como me emocionei com o Meu Pé de Laranja Lima, chorei até.

Já romances de José de Alencar, por exemplo, nunca gostei. Meu pai, coitado, comprou a coleção inteirinha do autor para mim e minha irmã. Nunca consegui passar do primeiro parágrafo de Iracema, por exemplo. Achava um saco a descrição detalhada da virgem dos lábios de mel. Me poupe! Fechava o livro e escolhia outro da estante.

Um dos meus livros favoritos As Brumas de Avalón, uma saga de 4 volumes, conta a estória completa da vida do Rei Arthur, e os Cavaleiros da Tavola Redonda. Eu li os 4 livros mais de 5 vezes, e tenho certeza que lerei novamente, porque o assunto me fascina, e a estória me cativa. Brida de Paulo Coelho é místico e intrigante, e nos deixa com uma pulga atrás da orelha. Já Agatha Christie, nunca me impressionou. Descobri o assassino em A Casa Torta, por exemplo, ainda no primeiro capítulo do livro.

Alguns anos atras eu quis também descobrir o auê de Harry Porter. Li o primeiro livro e gostei assim-assim, nem tanto e nem tão pouco. Comprei o segundo, que ainda senta na minha mesinha de cabeceira, esperando para ser aberto. Antes disso, eu quis ler primeiro um livro chamado Stiff, de uma autora pouco conhecida chamada Mary Roach. O livro é pesado, e fala de morte, e aborda as várias maneiras de decomposição do corpo, e o que acontece com o corpo quando submetido a diversos tipos de acidentes. Pesado, mórbido, inquietante, e ainda assim, fascinante.

Vladimir Nobokov deu uma bola dentro em Lolita. mas quase morri de tédio tentando ler Fogo Pálido, não vou mentir.

Eu li o Parque dos Dinossauros, de Michael Crichton muito antes de virar filme de Spielberg, e achei uma das leituras mais fascinantes que já li. Ao contrário do filme, que fica só nos efeitos especiais, o livro dedica capítulos inteiros a Teoria do Caos, e explicações de DNA. E você acaba a leitura achando perfeitamente possivel trazer de volta à vida os dinossauros.

Esse lance de livro que vira filme é interessante. Olga, por exemplo, li ainda também quando era adolescente, antes de virar filme. Um livro tão dificil de ler! Me lembro que eu e meu pai sentávamos na varanda do meu quarto reversando a leitura. Um dia ele lia, no outro dia lia eu. E nós dois sempre éramos interrompidos pelo nó na garganta que o a leitura sempre nos trazia. Eu assisti o filme em DVD no ano passado, quando fui ao Brasil de férias, e gostei. Achei decente.
A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera. O livro é fenomenal, e foi o que me ajudou a passar em filosofia na Faculdade, um assunto que eu não gostava, mas que o livro aborda lindamente. Já o filme, detestei e detesto até hoje. Não ajuda o fato que nunca gostei de nada com Juliette Binoche.

Alguns dias atrás levei o meu filho ao cinema, e vi lá um cartaz enorme anunciando um filme chamado Perfume, a chegar em breve. Perfume é um livro excelente, do autor alemão Patrick Suskind. Não conheço mais nada dele, só li Perfume mesmo, um livro que pode ser chamado de suspense e terror, que conta uma estória dark, super original, e fascinante, que nos prende do começo ao fim. Sei que o filme nunca faz justiça ao livro, mas eu recomendo mesmo assim.


Pra mim, ler é uma das coisas mais gratificantes da vida. Eu amo os livros de paixão. Eu acho que quem gosta realmente de ler, se interessa por tudo, dá uma chance a todo tipo de leitura, e decide por si próprio se gosta ou não.
Sidney Sheldon, descanse em paz, e obrigada pelos momentos agradáveis que a sua leitura me proporcionou.

10 comentários:

Andréa disse...

Que linda homenagem, Laurinha, e que post interessante. Adorei voce defendendo seus livros e autores com unhas e dentes. Voce eh daquelas que entra em briga pelos amigos, nao?! Que delicia!
Voce ja leu Hilda Hilst? Se nao leu ainda experimente, eu tenho certeza de que vc vai curtir. Se nao encontrar nada por aih, me avise que eu te empresto.
Eu curto a Hilda, o Joao Ubaldo, Ariano Suassuna, Jorge Amado, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Jose de Alencar (sorry!, amei "5 minutos"), e os modernos sim e muito: Marcos Rey e Lucia Machado de Almeida (da colecao vagalume, lembra?), tudo da Danuza Leao eh divertido, Nelson Motta, Mario Prata e Antonio Prata, Fernanda Young, Marcelo Rubens Paiva...
Vixe, vaoms ficar aqui papeando o dia inteiro...
Beijoca.

Laurinha disse...

DEA, pelos amigos, eu vou as tapas! E vou mesmo! hehe!
Meu Deus, voce mencionou um dos meus autores favoritos, como eh que eu fui esquecer dele. Jorge Amado, que eu menciono com uma reverencia. Como eh que eu faco um post desse, e esqueco de mencionar o Jorge Amado? Capitaes da Areia eh o meu livro favorito do Jorge.
Tambem amava a Colecao Vagalume, que li todinha... Hilda Hilst eu nunca li nao, mas vou com certeza anotar a dica. Obrigada.
Beijao pr'oce

Patrícia disse...

Laurinha, estava hoje pensando sobre escrever um post sobre leitura. Quero ler mais e assistir menos tv. Lendo o seu post entrei no tunel do tempo e lembrei de quando era menina e li Marina, Marina, de Sulema Mendez, e Heidi, de Johanna Spyri, entre outros que marcaram a minha infancia.
Tempo bom aquele...

kel disse...

Laura,

Eu ODEIO Paulo Coelho, prefiro a colecao vagalume que lia nos tempos de infancia ... Mas nao entraria numa briga por ele nem para defende-lo, nem para ataca-lo ...Mas quando foram me sugerir ler Paulo Coelho, foi meio dificil nao ser mal educada. Afinal, cada coelho (digo, macaco) no seu galho, ne.

Beijos

Laurinha disse...

É tudo uma questão de gosto, Raquel. Paulo Coelho não é nem de longe o meu escritor favorito, mas eu não posso negar que gostei da leitura. Mas eu gosto de misticismo, bruxas, anjos, magia, essas coisas. Eu me deixo envolver pelo assunto.

Anônimo disse...

Oi Laura,
Vc ja leu Gabriel Garcia Marquez? Eu adoro os livros dele.

Megui

Unknown disse...

Laurinha eu nunca li nada de Sidney Sheldon mas confesso também que gostei do Brida e o Diário de um Mago do Paulo Coelho. E você tem razão mesmo quando diz que não importa o autor ou o livro o importante é ter a oportunidade de ler pra dizer se gostou ou não.

Jôka P. disse...

Li Meu pé de laranja lima,mas nunca li nada de Sidney Sheldon, não por esnobismo, até porque adoro literatura trash.
Vide Briggitte Montfort e compania ...
Bjs!

mariposo disse...

De Sidney Sheldon, o único livro que li foi Um estranho no espelho e sabe qual foi o 1 livro que li .. Dom Quixote ....

Um abração !!!

Victor disse...

Kundera ainda está vivo, com 80 aninhos, em Paris. =)

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