quinta-feira, agosto 03, 2006

Semana Mundial da Amamentação


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You Are So Beautiful (Ray Charles)

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Antes que a semana acabe eu quero trazer a minha colaboração para a Semana Mundial de Amamentação, divulgada pela Denise.

Quando ela pediu que todo mundo participasse numa blogagem coletiva à respeito do assunto, eu quis participar também. Mas daí eu pensei "mas eu não amamentei, será que eu posso participar?"... daí depois eu pensei "mas eu tentei!". E é no papel de mãe que tentou que eu venho aqui hoje. Eu queria dizer para todas as mães por aí afora que não conseguiram amamentar, que elas não estão sozinhas, e que valeu pelo esforço, e valeu pela vontade. Eu sei que provavelmente elas já sabem disso, mas é sempre tão bom ouvir!

Eu quis muito amamentar o meu Paulzinho! Quis muito! Eu tentei muito. Eu agonizei tomando a decisão de desistir. Não foi fácil! Mas quando eu desisti, eu tentei desistir sem culpas.
Paulzinho nunca foi um bebezinho fácil. Já na barriga anunciava isso. He is a mover and a shaker, diziam as enfermeiras durante o parto! Nasceu de parto normal, com 10 dias de atraso, mas nasceu saudável, forte, e cheio de energia! Nos 3 primeiros meses de vida não dormia quase nada, aquele bebezinho! Eu passava as noites em claro com ele nos meus braços. Via o sol nascer pela janela e sabia a horinha exata quando os passarinhos lá fora começariam a cantar. Passava assim todas as minhas noites, ninando Paulzinho. Ninando Paulzinho e tentando amamentá-lo. Os bicos dos seios racharam e descascaram durante a gravidez. Doer mesmo, não doíam, mas encomodavam. Mas isso não foi impecilho!

Eu li tudo sobre gravidez quando estava grávida! Eu me associei a grupos de grávidas como eu, para trocar informações e experiências. Fiz aulas de Lamaze. Levava listas de perguntas ao meu médico a cada visita. Praticamente virei uma expert no assunto... Ou assim eu pensava, porque na verdade bebês não vêm com manual de instrução, e nós não sabemos tudo nesta vida!
Quando Paulzinho nasceu, olha só, pra minha surpresa ele não tinha recebido o memorandum que dizia que ele deveria dormir durante à noite, e acordar a cada duas horas pra comer. Ele também não tinha lido o livro que dizia como agarrar no peito pra mamar.

Ainda no hospital me disseram que eu tinha o que eles chamam de flat nipple (ou bico chato, ou invertido). Me trouxeram uns danados de uns 'copos' de plástico, que encaixam nos peitos, e servem para ajudar a resolver o problema. Não resolveram nada! Paulzinho não pegava no peito, quando pegava era por pouquinhos minutos, para soltar e recomeçar tudo de novo.
Ainda no hospital, me trouxeram uma especialista que aparentemente estava lá para me ajudar e orientar. A mulher agarrava os meus peitos e apertava, sem nem sequer me pedir permissão, para encaixá-los na boca do menino. Haja dor! Não quis mais que ela viesse. Preferi tentar eu mesma, sozinha com o Paulzinho.
Nas duas noites que dormimos no Hospital as enfermeiras perguntavam o tempo todo se eu queria que elas dessem fórmula pra ele. Eu fui firme e forte! E com toda a dificuldade, durante aquele tempinho Paulzinho mamou o colostrum.
Mais tarde, já em casa, com noites todas em claro, chorando, com os hormônios em pandemônio, sofrendo de princípio de depressão pós-parto, eu cheguei a conclusão que seria melhor dar pra ele a mamadeira!
Me senti melhor depois! Ele chorou menos, pareceu mais satisfeito e alimentado. Passou a seguir mais a rotina normal dos recém-nascidos, de acordar a cada duas ou 3 horas. Fomos todos mais felizes.
Esta foi a minha experiência com o Paulzinho.

Eu acho que amamentar não é para todo mundo. Pode ser uma experiência muito fácil para algumas, e muito, muito frustrante e dolorosa para outras. Mas acho que a tentativa vale à pena.
Paulzinho é até agora filho único. Um dia, se tiver um outro filho, eu tentarei tudinho novamente, sim. Mas não dando certo, tudo bem! Bola pra frente! Paulzinho é lindo, saudável, inteligente, amoroso, e muito, mas muito amado!

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