sexta-feira, janeiro 13, 2006

O lugar que nos pertence!

Um dos lugares que gosto de visitar sempre que vou ao Brasil é a rua aonde os meus avós maternos moravam. Acredite ou não, parece coisa de criança, e faz muitos anos que meus avós morreram, mas passar por aquela rua tráz sempre lembranças muito gostosas dos meus tempos de menina, me faz recordar os meu avós que lá moraram, recordar os dias que vivi naquela casa. Só de passar naquela rua já está de bom tamanho. Eu sou muito sentimentalista mesmo, não adianta. Eu guardo no coração momentos, lugares e pessoas que eu amo assim, pra sempre!

Desta vez, a passada pela rua foi muito mais demorada. Acontece que a segunda esposa do meu avô, a madrasta da minha mãe, acaba de comprar uma casa na mesminha rua, e nós fomos lá para uma visitinha.
Lá estava a casa novamente, que pertenceu aos meus avós, que faz anos que não parece mais com a mesma casa aonde passei metade dos 10 primeiros anos da minha vida, quando minha avó ainda era viva e tinha a casa sempre cheia de netos. A casa agora é diferente, porque foi completamente reformada parece que mais de uma vez.

Perguntei a Luzia (a madrasta da minha mãe) se ela sabe quem mora lá atualmente. E ela me falou que a casa vem sendo alugada por anos. Logo quando meus avós morreram e a casa foi vendida, e o senhor que comprou a casa, também já idoso, morreu deixando a casa para a filha. Disse Luzia que a filha deste senhor não aguentou morar na casa, pois não se sentia à vontade lá dentro.
- "Como assim?" perguntei. E pra minha surpresa Luzia respondeu.
- "Você não sabe como aquela casa sempre teve umas coisas estranhas?" Coisas estranhas, hora essa! Nunca ouvi falar em coisas estranhas naquela casa. Fantasmas?
Achei engraçado, interessante ela achar assim, e a dona atual da casa também achar assim. Porque pra mim, aquela casa é sagrada! Se eu pudesse eu comprava aquela casa de volta para minha familia. A daria de presente de volta para a minha mãe, que lá nasceu e foi criada.

Por muitos anos, todas as noites eu sonhava com aquela casa. Nesses sonhos, estava eu lá dentro, brincando, rindo, trepando na tamarineira que tem lá atrás no quintal espaçoso, que foi por sinal plantada pelos meus pais quando ainda namoravam. Neste sonho eu nunca via ninguém. Era sempre somente eu e a casa.

Esta conversa também me fez lembrar uma vez quando visitei o Museu de Petrópolis, no Rio de Janeiro, durante uma das minhas viagens. Nunca mais esqueci a sensação esquisitérrima que senti dentro daquele museu. Lugar lindo, você conhece? Cheio de relíquias do Império de D Pedro II, móveis que pertenceram a Família Imperial, joias, roupas, louças, etc. Andar lá dentro, visitando cômodo por cômodo me causou um mal estar tremendo. Teve um momento que tive que sair correndo lá de dentro pois me senti invasora. Me senti como se os antigos moradores daquela casa estivessem me vigiando. Os enormes quadros nas paredes, aqueles olhos todos me olhando. haha! Nunca me senti daquele jeito em canto nenhum, nem antes daquela visita e nem depois. Eu não sou de ver fantasmas, não sou de ouvir coisas, não tenho os dotes mediúnicos que certas pessoas têm (nem estou reclamando). Mas naquele dia, aconteceu um breakthrough naquele museu, dentro deste sentido.

A minha resposta a Luzia foi "É porque aquela casa não pertence aquela moça! Aquela casa nos pertence!" E assim acredito!

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